quarta-feira, 28 de março de 2018

o caçador


Salve galera!

Pela primeira vez, faremos uma resenha que não será dum disco desconhecido ou uma personalidade anônima. Dessa vez, atacaremos de "críticos de desenho animado"...

Sempre afirmamos que muito do que aprendemos tem como fonte a ficção. Tantas lições aprendidas em HQs de super-heróis, principalmente as graphic novels, muitas clássicas, servindo de mote para diversas produções cinematográficas. Mas dessa vez, o universo que temos dado muita atenção é dos animes, os famosos desenhos japoneses.

Nos últimos meses, temos assistido muitos animes, influência de meu querido Eduardo Ariston, além das preciosas dicas do não menos dileto Cláudio Negócio. Desde o psicológico Tokyo Ghoul, passando pelo cômico One Punch Man, o furioso Attack on Titans até o sensacional Fullmetal Alchemist, temos realmente nos deleitado com essa maneira de se pensar histórias, que em geral são abordagens bem diferentes das ocidentais.

Hoje, resenharemos o anime que terminamos de assistir, que foi bastante impactante, com uma história muito bem construída e com uma mensagem muito bacana, das mais significativas de tudo que assistimos até aqui.

Hunter x Hunter é uma produção antiga, lançada primeiro como mangá em 1998, até ganhar sua primeira versão anime em 1999 e uma nova versão revisada e praticamente reformulada em 2011, sendo esta a mais fiel aos quadrinhos. Criado por Yoshihiro Togashi, trata-se dum enredo capaz de prender a atenção do telespectador com tramas que contêm muitos significados. É perceptível o viés filosófico e psicológico da trama, contudo somente um olhar mais arguto pode fazer o telespectador compreender atos e atitudes dos personagens, bem como seus motivos e motivações.

A história inicialmente gira em torno do objetivo de Gon Freecss, que é encontrar Ging Freecss, seu pai, que o deixou ainda bebê aos cuidados duma conhecida enquanto vagava pelo mundo como um hunter (caçador). O encontro não visa estreitar laços parentais e sim entender o que levou seu pai a se tornar um hunter. Ele se pôs essa "missão" aos 12 anos, exatamente a mesma idade em que seu pai resolveu se tornar um caçador. Esses fatos por si só já tornam essa história digna de ser acompanhada: um garoto se torna o que o pai se tornou apenas pra entender o que pode haver de tão especial em ser o que o pai é, a ponto de se dar as costas para o mundo (na verdade nem tanto, pois o que mais acontece é ele conhecer um mundo fora de sua terra-natal) em prol de se viver uma vida dessas. E isso aos 12 anos, realmente chama a atenção bolar um enredo como esse.

Tudo a priori parece se centrar em Gon, porém com o passar do tempo, há uma divisão de protagonismo muito curiosa entre ele e os amigos que ele faz durante a primeira fase do Exame Hunter (para ser um, é preciso se submeter a toda uma série de provas rigorosas, onde se exige desde o talento individual do candidato até sua capacidade de trabalhar em equipe), sobretudo Killua Zoldyck, que se torna seu melhor amigo. Isso por si só já chama a atenção, pois geralmente escolhe-se um personagem e centraliza-se nele tudo e nesse caso temos o caso de um protagonista que não se sobrepõe totalmente em relação aos outros, que têm momentos até mesmo tão ou mais empolgantes que a questão do filho de Ging. Destaque especial para a história da família de Killua, um conhecido (e o mais temido) clã de assassinos do planeta, que no decorrer da saga terá um papel fundamental na trajetória de Gon.

Durante praticamente toda a saga, questões éticas e morais também se apresentam diante de Gon e seus amigos e os demais personagens, mostrando a maneira como eles lidam com o mundo e como esse mesmo mundo responde. Na maioria dos casos, essas questões éticas e morais são bem diferentes das nossas no mundo real, mas fazem todo sentido no contexto em que as situações se apresentam. É o caso dos fatos ocorridos no meio da malta de criminosos Gen'ei Ryodan e, sobretudo, na surpreendente saga das Formigas Quimera. Além das duas supracitadas, são muitas as situações, muitas as tramas que se desenrolam nos 148 episódios desse anime. Todas de alguma forma interligadas, sem que o fio condutor se perca. Foi também uma bela jogada fazer parecer que se tratava de histórias paralelas. Em verdade, quando se entende o que acontece com Gon no decorrer de sua missão, o telespectador percebe a lógica de tudo aquilo.

A própria relação entre os personagens em momentos muito distintos nos mostra como pode ser complicado exercícios de consciência que o tempo todo acontece, principalmente pelo fato de se tratar de crianças entrando num universo praticamente adulto, tendo de amadurecer precocemente, a fim de seguir seus pares. A decisão de se tornar um Hunter é, por si só, um desafio, tanto que quem consegue se tornar um hunter ao fim de todas as avaliações tem uma moral impressionante em qualquer lugar que chega. E no caso específico desses personagens, são personalidades às vezes muito conflitantes entre si, perturbadoras em dados instantes. A tensão dosada no momento certo através dos traços e das falas, traduzindo muito bem as mensagens, também é digna de nota, assim como os momentos descontraídos e bem humorados, o que torna o anime uma seqüência bem balanceada, com bastante ritmo.

Por fim, podemos citar as referências de filosofia oriental, com passagens que lembram ensinamentos das artes marciais e das práticas espiritualistas diversas, certamente comuns em muitos animes; e as noções de cunho psicológico em muitos capítulos, mostrando de forma marcante o que pode acontecer quando as paixões humanas dominam um ser, seja em qual situação for.

No mais, um bom passatempo, não muito recomendável para quem tem menos de 14 anos, não por causa de conteúdo impróprio (a rigor, quanto a isso é até tranqüilo), mas seria mais porque a quantidade de informações contidas é muito variada e complexa para mentalidades ainda não muito bem preparadas para certos conceitos. Seria preciso parar o vídeo em dado momento e explicar certas reações dos personagens, que embora sejam crianças têm comportamento que está além da infância comum. Por outro lado, adultos deveriam assistir Hunter vs Hunter, por conta dessa noção de alcançar um objetivo e tudo aquilo que essa trajetória proporciona. Pois é exatamente isso que acontece a Gon: ele não vive uma vida de aventuras; a vida dele por si só já é uma aventura.


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

previdência por conta própria 1: aplicações em poupança e títulos públicos

Por Alexandre Uchoa

Com os ataques a CLT e a Previdência, optamos por fazer uma matéria dando alguns subsídios (dicas) para os leitores planejarem seus futuros independentes de bancos ou Governo. Nesse caso o trabalho sem carteira assinada seria algo a ser cogitado, já que a justiça do trabalho na prática não servirá para muita coisa e as perdas de direitos na prática não trazem mais as garantias que havia para os trabalhadores autônomos.
Eu coloquei PREVIDÊNCIA POR CONTA PRÓPRIA 1, porque futuramente terão o PREVIDÊNCIA POR CONTA PRÓPRIA 2, 3, 4 e 5 analisando as possíveis alternativas de garantir aposentadoria fora do sistema público e dos bancos privados.
Fiz algumas simulações para a seguinte situação:

·         Salários de R$ 1.000,00
·         Desconto de 20% para fundo de aposentadoria (10% trabalhador + 10% empregador)
·         Taxa de rendimento de 6% a 12% por ano
·         Inflação de 4% a 5% ao ano

Observações:

·         O rendimento anual da poupança gira nos 0,5% ao mês, que dá um pouco mais de 6% ao ano.
·         A inflação gira em torno dos 5% ao ano
·         O Tesouro Direto, até 2016, estava pagando em média 12% ao ano

Vamos mostrar os resultados de algumas simulações simplificadas:

Situação 1: O sujeito coloca o dinheiro na poupança (6% ao ano) com uma inflação de 4% ao ano:

Tempo de Contribuição
Valor Acumulado
+
Rendimentos
Rendimento mensal do valor acumulado
Valor de R$ 1.000,00 corrigido da inflação
Rendimento Mensal
/
Inflação
35 anos
R$ 460.185,73
R$ 2.300,93
R$ 3.946,09
-42%
40 anos
R$ 639.733,59
R$ 3.198,67
R$ 4.801,02
-33%
45 anos
R$ 880.009,12
R$ 4.400,05
R$ 5.841,18
-25%
50 anos
R$ 1.201.551,99
R$ 6.007,76
R$ 7.106,68
-15%

Situação 2: O sujeito coloca o dinheiro em títulos públicos (8% ao ano) com uma inflação de 4% ao ano:

Tempo de Contribuição
Valor Acumulado
+
Rendimentos
Rendimento mensal do valor acumulado
Valor de R$ 1.000,00 corrigido da inflação
Rendimento Mensal
/
Inflação
35 anos
R$ 720.752,04
R$ 4.805,01
R$ 3.946,09
22%
40 anos
R$ 1.084.364,93
R$ 7.229,10
R$ 4.801,02
51%
45 anos
R$ 1.618.631,55
R$ 10.790,88
R$ 5.841,18
85%
50 anos
R$ 2.403.644,50
R$ 16.024,30
R$ 7.106,68
125%

Situação 3: O sujeito coloca o dinheiro em títulos públicos (12% ao ano) com uma inflação de 6% ao ano:

Tempo de Contribuição
Valor Acumulado
+
Rendimentos
Rendimento mensal do valor acumulado
Valor de R$ 1.000,00 corrigido da inflação
Ganho/Perda Real
35 anos
R$ 1.849.373,07
R$ 18.493,73
R$ 7.686,09
141%
40 anos
R$ 3.287.688,01
R$ 32.876,88
R$ 10.285,72
220%
45 anos
R$ 5.822.490,38
R$ 58.224,90
R$ 13.764,61
323%
50 anos
R$ 10.289.678,25
R$ 102.896,78
R$ 18.420,15
459%


Onde:

·         Tempo de Contribuição: Tempo de contribuição baseado numa contribuição de 20% do salário base de R$ 1000,00 (que seriam R$ 200,00)
·         Valor Acumulado + Rendimentos: Quanto o trabalhador teria acumulado ao longo do tempo de contribuição, considerando o rendimento da aplicação
·         Rendimento Mensal do Valor Acumulado: quanto o valor acumulado renderia mensalmente (seria o Rendimento Mensal x Valor Acumulado)
·         Valor de R$ 1.000,00 corrigido da inflação: Quanto valeria o valor de R$ 1.000,00, corrigido da inflação, após passado o tempo de contribuição.
·         Ganho/Perda Real: Quanto representa em percentual, o valor do rendimento mensal em função do valor corrigido da inflação. Ganhos positivos representam salários maiores que os R$ 1.000,00 e negativos salários menores que os R$ 1.000,00


Para 35 anos de contribuição:

Inflação
Rendimento
Rendimento mensal do valor acumulado
Salário de R$ 1000,00 corrigido da inflação
Ganho Real
4%
6%
R$ 2.300,93
R$ 3.946,09
-42%
4%
8%
R$ 4.805,01
R$ 3.946,09
22%
6%
12%
R$ 18.493,73
R$ 7.686,09
141%

Para 40 anos de contribuição:

Inflação
Rendimento
Rendimento mensal do valor acumulado
Salário de R$ 1000,00 corrigido da inflação
Ganho Real
4%
6%
R$ 3.198,67
R$ 4.801,02
-33%
4%
8%
R$ 7.229,10
R$ 4.801,02
51%
6%
12%
R$ 32.876,88
R$ 10.285,72
220%


Caso o trabalhador opte por colocar o dinheiro na poupança, que rende "um pouco acima da inflação" o trabalhador terá, após 35 anos de contribuição, uma perde de 42% do valor do salário.

Caso o trabalhador opte por aplicar o dinheiro em títulos da dívida pública, que rendem hoje de 6% a 12%, após 35 anos de contribuição, ele teria ganhos de 22% a 141% a mais do salário base. Isso seria como se o trabalhador que contribui sobre R$ 1.000,00, receberia o equivalente a:

·         R$ 580,00 para rendimento de poupança com inflação de 4% ao ano
·         R$ 1.220,00 para rendimento de 8% ao ano de títulos públicos com inflação de 4% ao ano
·         R$ 2.410,00 para rendimento de 12% ao ano de títulos públicos com inflação de 6% ao ano


Cabe ressaltar que, os cálculos foram baseados em uma situação hipotética considerando que o trabalhador trabalharia os 35 anos ininterruptos e sem acidentes de trabalho, afastamento ou paralisação da contribuição por motivos de desemprego.

Recomendações preliminares:

Eu pessoalmente recomendo o seguinte:

1.    Não fazer plano de Previdência Privada pelos Bancos (eles cobram taxas de administração que praticamente levam o rendimento do dinheiro para eles e em caso de desistência, você perde 20% do valor aplicado), colocar na poupança sai mais rentável.

2.    Se for aplicar em poupança, opte por comprar títulos do tesouro direto (o banco usa o dinheiro da poupança para comprar títulos públicos e repassam metade do rendimento para o cliente)

3.    Aplicação em Bolsa é boa alternativa, mas teria que escrever um tópico somente sobre isso, que seria o PREVIDÊNCIA POR CONTA PRÓPRIA 2 (pois precisa da análise de várias variáveis macroeconômicas).

Deixem criticas e duvidas nos comentários para discussão futura. 


quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

malacanotas 1

Fala moçada!

Hoje pela manhã, estávamos vendo alguns posts da moçada e resolvemos fazer alguns comentários em cima, tentando estabelecer links e achamos que deu certo. Vamos ver:


Topa tudo por dinheiro

Começamos pelo assunto que agitou esses últimos dias: a ida de Michel Temer ao programa de Sílvio Santos a fim de fazer propaganda da reforma da Previdência, que na verdade é um ataque visceral que se fará sentir não apenas para quem já se serve dela, mas especialmente pra quem se servirá (como é o caso da minha geração, por exemplo). Impressionante a desfaçatez do presidente golpista, entremeada por sorrisos amarelados, ao defender o indefensável, isso todos já poderiam prever.
Porém quem realmente roubou a cena foi o dono do baú. Não pelos figurismos bizarros de sempre (aliás, ele tem piorado a cada ano), mas pela sabujice total expressa em suas palavras e gestos. Foi de vomitar a ceia de Natal do ano passado quando ele afirmou peremptoriamente que o maldito vampiro estava no Planalto de forma forçada, que "nem presidente ele queria ser", que "ele virou presidente por necessidade e não vai tentar reeleição, o que prova sua boa vontade" e por aí vai.
E pra fechar essa encenação digna dum circo de horrores, o final apoteótico, daqueles que diz tudo sobre quem hoje está no poder. Exatamente como Sílvio faz com suas "coléguas de trabalho", Temer passou ao empresário uma cédula de 50 reais em cadeia nacional pra todo mundo ver. Isso mesmo, que todos leram, o garoto de recados dos golpistas entregou a propina a SS na maior, como se ele próprio fosse SS. Só faltou ter feito uma gaivota e tacado no elemento, cantando "toma aqui seus 50 reais!"...
Nós não assistimos essas patacoadas no dia, ficamos sabendo depois, e mesmo assim não ingerimos Estomazis o suficiente pra ver tudo na íntegra. Vimos apenas flashes no Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, e depois lemos os comentários dos amigos. E a única coisa que conseguimos comentar foi o seguinte: "Imaginem, prezadas e prezados, se fosse Lula ou Dilma no lugar desse canalha passando aquela nota... Já tinha chovido memes pra todo o lado! E até agora, não apareceu um meme sequer, uma alusão, uma piada, nada! Nem panelas foram espancadas... E ainda diziam que era só tirar o PT que tudo se resolvia..."
Bom, piadas à parte, percebam como era imprescindível que a Lei dos Médios passasse. Para evitar diabruras como essa que parte do país assistiu. Uma propaganda aguda do governo golpista. Se Lula ou Dilma aparecessem em qualquer emissora a fim de explicar qualquer coisa que o governo precisasse fazer, seriam tachados de demagogos, hipócritas, ladrões... Já o outro faz papel de garoto de recados dos poderosos, comprando espaços nas redes de televisão (ficamos sabendo que ele comprará, digo, irá a mais duas emissoras de TV) a fim de "explicar" o porquê de se descer o sarrafo nos brasileiros.
Ma oêêê...


Mais da abolição da Lei Áurea

Assistimos a um vídeo postado por uma companheira querida onde a Sinhá Cris (também conhecida como ministra do trabalho dos golpistas) justifica que merece ser ministra, dizendo que "qualquer um tem o direito de pedir a justiça o que quiser, até coisas abstratas", como quem diz "Tá me processando? Fod%#&@$-se¨!!!". E ainda teve a pachorra de afirmar que nem sabia que devia algo a alguém, ainda que tenha sido divulgado na mídia (independente, claro) tudo que ela deve a trabalhadores, além de não demonstrar nenhum tipo de preocupação por se tratar de assuntos da Justiça do Trabalho, novamente como quem diz "Justiça do Trabalho nem é gente...".
São demonstrações claras da empáfia de quem está acostumada a chicotear empregados no pelourinho, além do total cinismo herdado de seu progenitor, o mártir do mensalão, o paladino da ética e da moralidade política (só não acumula a pasta dos bons costumes, porque ainda tem dentro de si "instintos primitivos", lembram?), o ILIBADÍSSIMO Roberto Jefferson!!! Só não dá pra saber se ela imitará o pai, aparecendo em público de olho roxo, como quem diz que foi atacado por petistas de ocasião...
Aliás... É impressão nossa ou esperaram TREZE anos para recompensar o elemento? Justamente quando no dia TREZE de maio desse ano serão 130 anos (opa opa, olha os números antes do zero!!!) da assinatura da lei que aboliu a escravidão no único país a praticá-la à época? Hummmmmm...
Conforme respondemos à companheira, pra lá de indignada com aquela meliante escravocrata na pasta, de fato é um sacrilégio, porém combina com o golpismo que se instaurou no Brasil. Não daria pra imaginar uma pessoa comprometida com os trabalhadores laborando em prol dos canalhas...


Análises

Os dois primeiros tópicos são apenas alguns exemplos de como podemos verificar as verdadeiras razões para tudo que estamos passando aqui na Ilha de Vera Cruz (já que estamos regredindo, melhor chamar nosso país assim, vai que oficialmente muda também...). Se o golpe não tivesse sido aplicado, certamente esses dois itens que apontamos não existiriam ou haveria mais dificuldades em sua existência.
Pra além das questões que apontamos, é preciso também ressaltar que essas atitudes do governo golpista estão tendo chancelas que seriam impensáveis se Dilma ou Lula estivessem no Planalto. Ai desses dois se retornarem ao cargo executivo mais alto do país e insinuarem essas aberrações!
Pois bem. Pra além dessas safadezas que apontamos, também observamos nesses últimos doze meses uma série de acusações infundadas robustecidas por fofocas e boatos da imprensa PIG e das think tanks pelegas capitaneadas pela Atlas Networking/Irmãos Koch (mais detalhes sobre essas criaturas, é só pesquisar).
Algumas dessas desinformações puseram dúvidas nas pessoas sobre certos empreendimentos realizados nos treze anos do governo deposto. Dois exemplos são do continente americano: a caribenha Cuba e a sulamericana Venezuela. Não que esses países nunca tenham sido caluniados pelo PIG, longe disto, mas o grande erro do governo deposto foi justamente não ter investido numa mídia que pudesse ter alcance similar ao PIG entre a população para que todas as negociações com cubanos e venezuelanos pudessem ser entendidas e apoiadas pelo povo brasileiro, uma vez que a nação só teria a ganhar. No entanto, ao deixar que a infame mídia golpista falasse sobre isso, uma torrente de falácias e mentiras foi propagada e hoje em dia, por mais que se utilize de didática nas explicações, ninguém consegue enxergar o que realmente havia por trás de todos os empreendimentos.
Nesse sentido, nosso camarada Alexandre Uchoa, diferentemente do PIG, demonstra através de fatos e dados o que realmente há por trás dessa campanha insistente na difamação de depostos, cubanos e venezuelanos. Fica fácil entender por que o Brasil por treze anos preferiu negociar nas "periferias do mundo" (como foi o caso da incursão em países africanos e asiáticos que nunca tiveram sequer uma colher de chá dos países de primeiro mundo, exceto em casos de exploração) e o porquê de o BRICS ter sido uma excelente iniciativa no esteio dessas negociações.
Com um detalhe importantíssimo: o Brasil, se pondo como ponta-de-lança do processo sem necessariamente reivindicar pra si a hegemonia neste processo. É preciso muita habilidade política pra isso e os golpistas sabem que nesse sentido o governo petista teve de sobra, através essencialmente de Celso Amorim, personagem-chave pra se entender a questão.
Por tudo, sugerimos a leitura desses textos de Uchoa. Segue os links:




Mensagens subliminares?

E por falar em números, olha só que interessante:
Primeiro, a pena para Lula era de 9 anos e meio, referência às mãos do metalúrgico.
Depois, passou pra 12 anos e um mês, isto é, 12 + 1 = 13.
Coincidência estranha essa, não? Só que não.
Impressiona como o Poder Judiciário pôde ter se permitido macular de uma forma tão nojenta. Se deixando levar pelo golpismo político, servindo de palanque para gazeteiros (sem contar as próprias vaidades de sempre quando o assunto é a casta do Direito) e agindo como secundaristas recém-saídos do ensino fundamental, quando proferem penas usando trocadilhos tão infames.
Nunca pensamos que um dia pudéssemos ver o próprio Ministério Público como algo menor que uma pantomima grotesca 30 anos depois de sua criação a partir da Constituinte.
Tudo isso por causa de uma derrota nas urnas. Um país inteiro colapsando por causa de um mísero vice.
Pensando bem, dois vices miseráveis, porque se um perdeu nas urnas e se pôs como um inimigo declarado e desgraçado desde o fim da apuração em 2014 (tendo o apoio de canalhas tão biltres quanto ele), o outro optou por ser um lacaio, um garoto de recados dos inimigos do Brasil, chancelando a canalhice que se deu em 2016.
E aí sempre nos vem à memória as palavras de nosso querido Alberto Patrício:

Onde estão as panelas?
Onde estão as camisas da selenike?
Onde estão os cartazes "Cunha é meu amigo"?
Onde estão os discursos de "intervenção militar constitucional"?
Onde estão as selvies com a Polícia Militar?
Onde estão os festivais de relinchos tão bem publicados pelos Jornalistas Livres?
Onde está essa galera que era tão indignada "contra tudo que está aí?"
PARABÉNS, "MILITANTES". SEUS PRIVILÉGIOS ESTÃO GARANTIDOS, E AGORA NUM PRAZO ETERNO.
Lutemos para não voltar às senzalas, mas para nos aquilombarmos mais ainda!!!

"Primeiro a gente tira a Dilma; Depois a gente..." NUNCA esqueceremos o mantra acima, nem quem o relinchou.
Obrigado, parabéns e uma salva de palmas a todos os envolvidos!
Nós avisamos.


E pra fechar...



PERGUNTAR NÃO OFENDE: Será que os Perrellas darão um confere na aeronave pra saber se alguma coisa está faltando? Porque é tipo carteira: o dinheiro já era, mas o carregamento, digo, os documentos...

Valeu galera!!!

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

comércio brasil x venezuela: BNDES e desabastecimento




Agora, similar a análise feita para Cuba, postarei uma feita para a Venezuela.

Entre 2000 e 2002 (antes do PT):

·         Exportação para Venezuela: US$ 882 milhões / ano (média)
·         Importação de Venezuela: US$ 902 milhões / ano (média)
·         Saldo: US$ 20 milhões/ano (negativo)

Entre 2003 e 2014 (governo PT antes do processo de golpe):

·         Exportação para Venezuela: US$ 3,64 bilhões / ano (média)
·         Importação de Venezuela: US$ 686 milhões / ano (média)
·         Saldo: US$ 2,95 bilhões/ano

Antes do governo PT, a balança comercial entre Brasil e Venezuela estava relativamente equilibrada (pois o volume de exportação e importação eram semelhantes).
Durante o governo PT, o saldo médio de balança comercial entre Brasil e Venezuela subiu para o Brasil de forma muito desproporcional. Isso na prática representa uma entrada de fluxo de capitais para o Brasil da ordem de US$ 3 bilhões por ano (R$ 9 bilhões/ano).
O Brasil também financiou várias obras para o governo venezuelano usando o BNDES e algumas construtoras brasileiras como a Odebrecht, também estavam presentes na Venezuela.
A Venezuela não é um pais industrializados como o Brasil e depende da importação de muitos produtos para manter seu mercado consumidor. Até 2014 de certa forma o Brasil, durante o governo PT, forneceu produtos industrializados para a Venezuela e isso foi quebrado após o início de 2014 (segundo mandato de Dilma), que foi quando se iniciou o boicote ao governo e de certa forma, quando a Lava Jato começou a bloquear empréstimos do BNDES as construtoras.

O cenário pós-impeachment

Como o impeachment se deu no ano de 2016, precisaria ter os resultados consolidados de 2017 para avaliar melhor se houve impacto do impeachment nas relações comerciais Brasil-Venezuela. No caso específico da Venezuela, pode-se verificar o seguinte:

Em 2016, o resultado comercial fechou da seguinte forma:

·         Exportação para Venezuela: US$ 1,28 bilhões / ano
·         Importação de Venezuela: US$ 415 milhões / ano
·         Saldo: US$ 865 milhões/ano

Em 2015, ano anterior, os resultados comerciais foram:

·         Exportação para Venezuela: US$ 2,99 bilhões / ano
·         Importação de Venezuela: US$ 680 milhões / ano
·         Saldo: US$ 2,3 bilhões/ano

Em 2014, ano anterior, os resultados comerciais foram:

·         Exportação para Venezuela: US$ 4,63 bilhões / ano
·         Importação de Venezuela: US$ 1,17 bilhões / ano
·         Saldo: US$ 3,46 bilhões/ano

Comparando 2016 (ano do impeachment) com o ano de 2014, concluímos o seguinte:

·         Exportação para Venezuela caiu 72% (US$ 3,36 bilhões / ano)
·         Importação de Venezuela caiu 64% (US$ 759 milhões / ano)
·         Saldo caiu 75% (US$ 2,60 bilhões/ano)

A exportação de produtos para a Venezuela, de certa forma, geravam no Brasil algo em torno de 500 mil a 1 milhão de empregos por conta da exportação de produtos fabricados no Brasil.
O numero que tenho do BNDES é que a Venezuela recebeu empréstimos do BNDES da ordem de US$ 15 bilhões e que seriam pago ao longo dos próximos 20 anos. A mídia tradicional, quando anuncia isso, usa a palavra “pagou” obras na Venezuela  com dinheiro do BNDES em vez de falar que “emprestou com juros baixos”. Mas na prática, esses empréstimos foram negociados com juros baixos em troca da Venezuela comprar produtos e serviços do Brasil.
Essa compra fez a Balança comercial do Brasil no governo PT disparar para um saldo de US$ 3 bilhões por ano e gerou para o Brasil, nesse período (2003-2015), um superávit de capitais de US$ 38 bilhões (que seria quase o dobro do que foi emprestado pelo BNDES)
Durante o governo PT, o Brasil exportou para a Venezuela US$ 47,3 bilhões (R$ 140 bilhões). Se imaginarmos que 20% do valor exportado foi usado para pagar impostos (cuja carga tributária no Brasil é da ordem de 50%), estimaríamos que o governo arrecadou cerca de US$ 9 bilhões em impostos com exportação de produtos para a Venezuela e na prática, dos US$ 15 bilhões de empréstimos do BNDES para a Venezuela, já teriam voltado US$ 9,4 bilhões diretamente para o governo e dado o saldo positivo de balança comercial, indiretamente a Venezuela já teria pago o empréstimo multiplicado por 2.
Infelizmente, os acordos comerciais que envolvem as construtoras e o BNDES vai muito mais além do que valores emprestados e no caso específico da Venezuela, foi muito vantajoso para o Brasil.
A Venezuela hoje está com crise de abastecimento e o Brasil está em processo de desindustrialização. O Brasil, se optasse por fornecer produtos para a Venezuela, poderia frear um pouco a desindustrialização e o desemprego e poderia ajudar a Venezuela a acabar com o desabastecimento local. No entanto por problemas políticos isso não é feito. Porém, caberia ao governo atual falar a população que está deixando de gerar cerca de 1 milhão de empregos ou mais porque não quer fazer acordos com a Venezuela.
Esse é o caso só da Venezuela, agora imagina isso ocorrendo para a América Latina (cerca de 20 países), África (em torno de 15 países) e Oriente Médio (5 países). Quanto a perda desses mercados representou para o Brasil em entrada de capitais e geração de empregos. Eu calculei algo da ordem de 3 a 4 milhões de empregos perdidos após o impeachment só por conta da perda dos mercados onde as construtoras atuavam junto com o BNDES.